China
Analisando a China: O paradoxo do maior emissor global, que lidera a expansão de energias renováveis enquanto mantém sua forte dependência do carvão para segurança energética.
Perfil de emissão
Maior emissor de GEE do mundo (15,3 GtCO₂e em 2022, 28% do total global) e maior emissor histórico. As emissões per capita (10,7 tCO₂e) são superiores à média global. O setor de energia, baseado em carvão, domina (74,3%), seguido pela indústria (9,9%) e agricultura (6,5%).
Matriz Energética
Maior produtor e consumidor de energia do mundo. Matriz dominada por combustíveis fósseis (83%), principalmente carvão (56%). É o maior emissor do setor. Contudo, é líder global em capacidade instalada de energia renovável (50% do total), com metas fortes de expansão eólica e solar.
Políticas climáticas
Últimas atualizações
A China revisou sua NDC em outubro de 2021, definindo metas de pico de CO2 antes de 2030 e neutralidade de carbono antes de 2060. Lançou o 14º Plano Quinquenal (2021) e o sistema nacional de comércio de emissões (ETS), que começou focado no setor de energia. O país é líder mundial absoluto em investimentos e instalação de capacidade renovável (eólica e solar).
Mitigação
Atingir o pico de emissões de CO2 antes de 2030. Reduzir a intensidade de carbono em mais de 65% até 2030 (vs 2005).
Desafios e críticas à NDC
As metas da NDC são classificadas como "Insuficientes" pelo CAT, pois não são compatíveis com 1,5°C. O país prioriza a segurança energética e mantém uma forte dependência do carvão (56% da matriz), sendo o maior consumidor e emissor global. A implementação de metas de redução absoluta (em vez de intensidade) e a transição dos empregos ligados ao carvão são os maiores desafios.
Estratégia de Longo Prazo (LTS)
Sim, "Mid-Century Long-Term Low Greenhouse Gas Emission Development Strategy", submetida em Out/2021.
Transição Justa
A China, maior emissor e consumidor de carvão do mundo, enfrenta o maior desafio de transição justa em termos de escala. A abordagem do país está focada em garantir que o pico de emissões (antes de 2030) e a neutralidade de carbono (2060) ocorram de forma "ordenada". O governo centralizou a política de transição energética, com forte investimento em energias renováveis (eólica e solar), onde já é líder global. A transição justa foca na gestão do declínio do carvão, que emprega milhões de pessoas. A estratégia envolve requalificação de trabalhadores, apoio financeiro para províncias dependentes do carvão (como Shanxi) e criação de empregos em setores verdes, ao mesmo tempo que prioriza a segurança energética e a estabilidade social durante o processo.
Planos de Adaptação
A China elevou a adaptação ao nível de estratégia nacional com a publicação da "Estratégia Nacional de Adaptação às Mudanças Climáticas 2035" em 2022. O plano define metas para construir uma "sociedade resiliente ao clima" até 2035. A estratégia foca em fortalecer a capacidade de monitoramento e alerta precoce, melhorar a avaliação de risco climático e integrar a adaptação em todos os níveis de planejamento de desenvolvimento. Os setores prioritários incluem agricultura, recursos hídricos, infraestrutura crítica, e proteção de ecossistemas. A China enfrenta riscos significativos de inundações em áreas costeiras e urbanas, bem como secas e impactos na produção de alimentos.
Vulnerabilidade e risco climático
Pontuação: —
Índice de resiliência
até 2100
Índice de vulnerabilidade
Principais ameaças climáticas
A China enfrenta riscos climáticos significativos, especialmente inundações e tempestades em suas áreas costeiras densamente povoadas e industrializadas (como Xangai e o Delta do Rio das Pérolas). O aumento do nível do mar é uma ameaça direta. O país também é vulnerável a secas extremas, que afetam a segurança hídrica e a produção agrícola no norte. A gestão de recursos hídricos e a proteção de grandes projetos de infraestrutura são os principais desafios.