Índia
Analisando a Índia: O desafio de conciliar o desenvolvimento e o acesso à energia com o clima, apostando na expansão solar massiva, mas ainda dependente do carvão.
Perfil de emissão
3º maior emissor de GEE (3,5 GtCO₂e em 2022), mas com emissões per capita (2,4 tCO₂e) significativamente abaixo da média global. O setor de energia é a fonte principal (76%), impulsionado pelo uso de carvão, seguido pela agricultura (12,1%) e processos industriais (6,9%).
Matriz Energética
3º maior consumidor de energia global. Matriz dominada por combustíveis fósseis (89%), sendo o 2º maior consumidor e produtor de carvão (46% da matriz). A eletricidade é 72% fóssil. Possui metas ambiciosas de expansão de renováveis, especialmente solar, visando 500 GW até 2030.
Políticas climáticas
Últimas atualizações
A Índia atualizou sua NDC em agosto de 2022. As metas incluem reduzir a intensidade de emissões do PIB em 45% até 2030 (vs 2005) e atingir 50% de capacidade elétrica de fontes não-fósseis até 2030. A política foca na massiva expansão de renováveis (meta de 500 GW) e na iniciativa "Lifestyle for Environment" (LiFE), que promove o consumo consciente.
Mitigação
Reduzir a intensidade das emissões do PIB em 45% até 2030 (vs 2005).
Desafios e críticas à NDC
A NDC é classificada como "Altamente Insuficiente" pelo CAT. Como as metas são baseadas em "intensidade", as emissões absolutas continuarão crescendo. O maior desafio é a alta dependência do carvão (72% da eletricidade) para garantir o desenvolvimento e o acesso à energia, tornando a transição justa socialmente complexa e financeiramente custosa.
Estratégia de Longo Prazo (LTS)
Sim, "Estratégia de Longo Prazo para o Desenvolvimento de Baixo Carbono", apresentada em 2022.
Transição Justa
A abordagem da Índia para a transição justa é firmemente baseada no princípio das "responsabilidades comuns, mas diferenciadas", priorizando o desenvolvimento nacional, a erradicação da pobreza e o acesso universal à energia. O desafio é enorme, dado que o carvão representa 72% da geração de eletricidade e o país ainda tem 150 milhões de pessoas sem acesso confiável. A transição justa foca na massiva expansão de energias renováveis (meta de 500 GW até 2030), especialmente solar, como motor de desenvolvimento. A Índia vê a TJ menos como o fechamento de minas (considerado inviável a curto prazo) e mais como uma adição de energia limpa em larga escala. A iniciativa "Lifestyle for Environment" (LiFE) também é apresentada como uma contribuição de justiça climática.
Planos de Adaptação
A estrutura de adaptação da Índia é guiada pelo seu "Plano Nacional de Ação para as Mudanças Climáticas" (NAPCC) de 2008. Este plano é composto por oito missões nacionais que abordam necessidades de mitigação e adaptação. As missões focadas na adaptação incluem: Missão Nacional para Água, Missão para Proteger o Ecossistema do Himalaia, Missão para uma Índia Verde e Missão para Agricultura Sustentável. Além do plano nacional, todos os estados e territórios da Índia desenvolveram seus próprios Planos de Ação Estaduais (SAPCCs) para lidar com vulnerabilidades regionais específicas, tornando a adaptação um esforço de múltiplos níveis de governança.
Vulnerabilidade e risco climático
Pontuação: 43,5
Índice de resiliência
até 2100
Índice de vulnerabilidade
Principais ameaças climáticas
A Índia é extremamente vulnerável a riscos climáticos. Os principais desafios incluem a intensificação das secas, ondas de calor extremas, ciclones tropicais mais fortes e o aumento do nível do mar, que ameaça grandes cidades costeiras como Mumbai e Calcutá. A agricultura, que emprega quase metade da população, é altamente dependente das monções, cujo padrão está se tornando errático, ameaçando a segurança alimentar e hídrica de centenas de milhões de pessoas.