África do Sul
Analisando a África do Sul: O desafio de uma transição justa para abandonar o carvão, gerir a vulnerabilidade hídrica e financiar o plano de implementação do JETP.
Perfil de emissão
15º maior emissor de GEE (447,2 MtCO₂e em 2020), com emissões per capita (7,6 tCO₂e) acima da média global. O setor de energia é a fonte dominante (79%), respondendo pela maior parte da matriz energética dependente de carvão, seguido pela agricultura (9,6%) e processos industriais (6,9%).
Matriz Energética
Matriz energética altamente dependente de combustíveis fósseis (90% em 2021). O carvão domina, representando 80% da oferta de energia primária e 85% da eletricidade. A África do Sul é o 7º maior produtor de carvão do mundo. Renov renewables (solar/eólica) são 3,5% da eletricidade.
Políticas climáticas
Últimas atualizações
A África do Sul apresentou sua primeira NDC (2021), que é sua principal política climática. Para apoiar a implementação, o país criou o "A Framework for a Just Transition" (2022) e uma Força-Tarefa Presidencial (PCC). Além disso, implementou um Imposto sobre o Carbono (2019) e estabeleceu Orçamentos de Carbono e Metas de Emissões Setoriais (SETs) para guiar a descarbonização da indústria e da Eskom (estatal de energia).
Mitigação
Limitar as emissões entre 398–510 MtCO₂e (2025) e 350–420 MtCO₂e (2030). Metas excluem LULUCF.
Desafios e críticas à NDC
A NDC de 2021 é classificada como "Insuficiente" pelo Climate Action Tracker (CAT), pois ainda não é compatível com a meta de 1,5°C. O maior desafio é a altíssima dependência do carvão (80% da energia). O financiamento do JETP (USD 8,5 bilhões) é considerado muito abaixo dos USD 98 bilhões estimados no plano de investimento (JET-IP) como necessários para uma transição justa efetiva nos próximos 10 anos.
Estratégia de Longo Prazo (LTS)
Sim, "South Africa’s Low-Emission Development Strategy 2050 (SA-LEDS)", submetida em 2020.
Transição Justa
A África do Sul estabeleceu a "transição justa" como um pilar central de sua resposta climática, com foco no descomissionamento de usinas de carvão e no apoio aos trabalhadores e comunidades afetados. O país criou uma Força-Tarefa Presidencial (PCC) e publicou o "A Framework for a Just Transition" (2022). O principal desafio é a alta dependência do carvão (85% da eletricidade), que emprega diretamente 90 mil pessoas. O financiamento é crucial, com a África do Sul tendo firmado o "Just Energy Transition Partnership" (JETP) de USD 8,5 bilhões com países desenvolvidos. No entanto, o plano de implementação (JET-IP) estima a necessidade de USD 98 bilhões em 10 anos, destacando a lacuna de financiamento. A transição busca criar novas oportunidades em energias renováveis, veículos elétricos e hidrogênio verde, mas a gestão dos impactos sociais e econômicos no curto prazo é a maior prioridade nacional.
Planos de Adaptação
A África do Sul publicou sua Estratégia Nacional de Adaptação (NAP) em 2020, servindo como seu principal documento-guia. A estratégia foca em construir resiliência climática e reduzir a vulnerabilidade em seis setores prioritários: recursos hídricos, agricultura, saúde, biodiversidade, infraestrutura e assentamentos humanos. O NAP é estruturado em nove eixos de ação principais, que incluem a redução da vulnerabilidade, melhoria dos serviços climáticos, avaliação de risco, planejamento de adaptação, pesquisa, conscientização, governança, financiamento e M&E. O país já sofre com secas severas e outros impactos, tornando a adaptação uma prioridade urgente, especialmente para a gestão da água e segurança alimentar.
Vulnerabilidade e risco climático
Pontuação: —
Índice de resiliência
até 2100
Índice de vulnerabilidade
Principais ameaças climáticas
A África do Sul é altamente vulnerável, sendo um país com escassez de água. Os principais riscos são secas severas (como a de 2018 na Cidade do Cabo), aumento do nível do mar em áreas costeiras e impactos na agricultura e biodiversidade. O setor hídrico é o mais crítico, com projeções de aumento da aridez. A vulnerabilidade social é alta, com 18% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, exacerbando os impactos climáticos em assentamentos informais.