República Democrática do Congo
Analisando a RDC (Congo): O papel crucial do país como um sumidouro de carbono global, focado em proteger suas florestas tropicais e garantir acesso à energia limpa para sua população vulnerável.
Matriz Energética
Taxa de acesso à eletricidade baixíssima (19%). A matriz energética é dominada pela biomassa tradicional (lenha e carvão vegetal) para uso residencial. A RDC tem o maior potencial hidrelétrico da África (Projeto Inga), mas a maior parte não é explorada. O petróleo é usado para transportes.
Políticas climáticas
Últimas atualizações
A RDC apresentou sua segunda NDC em dezembro de 2021, com uma meta de redução de 21% até 2030 (vs BAU), sendo 19% condicionais a financiamento. A política climática foca no setor AFOLU. O país recebeu USD 500 milhões da Iniciativa Florestal da África Central (CAFI) para proteção florestal e submeteu seu Plano Nacional de Adaptação (NAP) em 2021.
Mitigação
Reduzir em 21% as emissões de GEE até 2030 (vs BAU). (19% condicional, 2% incondicional).
Desafios e críticas à NDC
A meta é classificada como "Quase Suficiente" pelo CAT. O desafio não é a ambição, mas a implementação. O cumprimento da NDC depende 100% de financiamento externo. O país sofre com extrema pobreza, instabilidade política e falta de capacidade técnica e financeira para monitorar e proteger suas vastas florestas tropicais contra o desmatamento, que é sua maior fonte de emissão.
Estratégia de Longo Prazo (LTS)
A RDC não possui Estratégia de Longo Prazo (LTS) no âmbito do Acordo de Paris.
Transição Justa
Para a República Democrática do Congo, a "transição justa" tem um significado diferente da maioria dos países. Com apenas 19% da população com acesso à eletricidade e uma matriz energética dominada por biomassa (lenha), a prioridade absoluta é o "acesso universal à energia limpa". A TJ no país foca em destravar seu imenso potencial hidrelétrico (Projeto Inga) de forma sustentável e descentralizada. Além disso, a RDC é crucial para a transição global por deter a segunda maior floresta tropical do mundo e vastas reservas de minerais críticos (cobalto, lítio). Uma TJ para a RDC significa receber financiamento (como o acordo de USD 500 milhões da CAFI) para proteger suas florestas e garantir que a extração de minerais para a economia verde global não ocorra em detrimento dos direitos humanos e do meio ambiente local.
Planos de Adaptação
Para a RDC, um país de alta vulnerabilidade e baixa capacidade adaptativa, a adaptação é uma necessidade urgente de desenvolvimento. O país submeteu seu Plano Nacional de Adaptação (NAP) em 2021. O plano identifica 8 setores críticos: agricultura e segurança alimentar, florestas, biodiversidade, recursos hídricos, saúde, energia, infraestrutura e gestão de riscos de desastres. A implementação do NAP depende fortemente de financiamento internacional. As prioridades imediatas são fortalecer a segurança alimentar contra a variabilidade climática e proteger os recursos hídricos e florestais, que são a base da subsistência de milhões de pessoas.
Vulnerabilidade e risco climático
Pontuação: —
Índice de resiliência
até 2050
Índice de vulnerabilidade
Principais ameaças climáticas
A RDC é classificada como um dos países mais vulneráveis e menos preparados do mundo (181º de 182 no ND-GAIN). A vulnerabilidade não é apenas climática, mas profundamente socioeconômica, ligada à pobreza extrema, instabilidade e baixo acesso a serviços. A população depende da agricultura de sequeiro, que é diretamente ameaçada pela variabilidade das chuvas. Os principais riscos incluem inundações, secas e a propagação de doenças (como malária), afetando a segurança alimentar e a saúde pública.